Quando a vejo, gaguejo. Não invejo ser outrem. Apenas queria ser dela, ainda que não me vejo assim tão bem. Talvez me invejem pelo meu ver, meu ver que a vê, que mesmo sem a ter, invejo o beijo que almejo, e sempre no gaguejo, que mata meu xaveco, somem palavras diante do que vejo, e sem querer me vejo, sem ela, sem teu beijo. Me vejo fora do eixo, no molejo do pensar, do descambar do meu cortejo. E por fim, o que vejo é o seu sorriso, é o seu olhar, que me sorri sem desejar-me, deixando no ar o charme, aquele charme que eu desejo.
João Aranha
25/05/2010